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METAVERSO: o impacto do universo virtual no Branding e Marketing das empresas

Alan Monteiro
março 27, 2022

Está todo mundo falando de Metaverso pra cá, Metaverso para lá e é tudo muito lindo e maravilhoso. Entretanto, como podemos ver esse novo universo na perspectiva do branding e marketing digital? O Mark Zuckerberg já apresentou ao público a sua nova visão sobre o universo digital e ativou todos os alertas das grandes marcas que a hora de investir em avatares é agora.

O Metaverso é o próximo grande passo da Internet. Evoluímos muito até aqui com o surgimento das mídias sociais, inteligência artificial, internet das coisas, ciência de dados, etc. A tecnologia mudou nossos comportamentos sociais e o modo que vivemos a nossa vida. Agora, além de interagir com pessoas também interagimos com objetos e até com “pessoas” que não existem no mundo real. Muito doido, né?

 

O que é o Metaverso?

O metaverso chega para unir o mundo off-line com o mundo online mais do que nunca. Ele é um universo virtual onde as pessoas vão interagir entre si por meio de avatares digitais. Essa realidade paralela veio muito do mundo dos games e será composta por diversas tecnologias como realidade virtual, realidade aumentada, redes sociais, criptomoedas, etc.

A intenção do metaverso é que ele seja uma Internet 3D onde possamos ter uma experiência digital da mesma forma (ou pelo menos similar) com o que temos na vida real. A comunicação, os negócios e o entretenimento existirão também no novo universo. Só que há um grande “porém” nessa história: o metaverso ainda não existe. Ele está sendo criado aos poucos pelas grandes empresas que estão investindo nesse novo desafio.

O termo metaverso tem origem da língua inglesa “metaverse” e teve sua primeira aparição em “Snow Crash”, livro de ficção científica escrito por Neal Stephenson em 1992. Nele, as pessoas usam o metaverso para escaparem de uma realidade distópica. Tipo Matrix, sabe?

 

Como entrar no Metaverso?

Antes de tudo, precisamos entender que o metaverso não tem um único criador. Várias marcas estão desenvolvendo o seu próprio metaverso. No entanto, eles podem se conectar entre si caso as plataformas forem compatíveis. Para estar online na Internet 3D é preciso criar o seu avatar.

O avatar será o seu ticket de entrada para o universo paralelo. Ele não precisa ser parecido fielmente a você visto que teremos a liberdade de customizá-los da forma que quisermos, principalmente, com os produtos de nossas marcas favoritas.

A tecnologia é parte principal do metaverso já que é ela quem vai garantir o transporte a esse outro mundo digital. Existirá várias formas de acessar o metaverso ,a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada serão só alguns portões de acesso para o novo mundo, mas quando a ideia estiver mais desenvolvida, provavelmente poderemos acessar o metaverso por meio das redes sociais, aplicativos, etc. Dessa forma, a construção desse universo amplo e integrado dependerá de muitas outras tecnologias, incluindo criptomoedas e NFTs.

 

O que são NFTs?

Se você acompanha o Marketing Perverso no Instagram, provavelmente, já tem o conhecimento básico sobre NFTs. Mas, caso tenha perdido o post, vou explicar mais afundo esse novo conceito.

NFTs é uma sigla em inglês que significa “Non-fungible Token” (Token não-fungível). Ele é um tipo de ativo digital que representa algo único, portanto não pode ser substituído por outra coisa. Os NFTs são verificados e armazenados por meio da tecnologia blockchain.

Muitas marcas do mundo da moda e das artes já estão ganhando muito dinheiro com a venda de NFTs. No Brasil, temos uma marca chamada DeFash que está vendendo itens de vestuário que existem apenas no virtual. A Dolce & Gabbana vendeu uma coleção de roupas em forma de NFTs e alguns dos itens podem ser vestidos por avatares.

No entanto, os NFTs não são novidades para os gamers. A utilização dos tokens não fungíveis é bastante comum nos games baseados em blockchain. Um dos muitos exemplos é o The Sandbox, em que os jogadores criam o mundo através da compra de tokens não-fungíveis. Com esse tipo de token, os usuários podem, por exemplo, vender imóveis virtuais a outros jogadores; no metaverso, poderão realizar esse e outros tipos de transações pelas diversas plataformas.

 

Como as marcas podem criar estratégias no Metaverso?

Para o mundo das marcas, o metaverso é a próxima fase do marketing digital. E assim como evoluímos e adaptamos nossa comunicação para as mídias sociais, precisaremos adaptar e criar novas estratégias para as empresas conseguirem vender o seu produto e manter o relacionamento com o seu consumidor no metaverso. O maior objetivo de marketing é estar presente onde o seu consumidor está, portanto, as marcas vão encontrar sua forma de se fazer presente no novo mundo virtual.

Existem, ao meu ver, três formas de uma empresa estar presente no metaverso por enquanto. São elas:

 

1) Criação do seu avatar ou influenciador virtual

Essa pode ser a estratégia mais simples e rápida para as empresas. Lembrando que “simples e rápido” não significa que é barato e fácil, mas que talvez leve menos tempo e seja uma estratégia mais versátil para as companhias.

Já que para entrar no metaverso é necessário um avatar, por que não usar o influenciador virtual da empresa? Essa ideia já é meio caminho andando na presença da marca no novo universo. Os influenciadores virtuais podem ser usados na comunicação que conhecemos hoje e também ser pontes de contato entre o avatar do consumidor e o avatar da marca.

Os influenciadores virtuais começam a ser presentes nos dois mundos e por já está sendo executado no período pré-metaverso, ficará mais fácil do público-alvo reconhecer a marca no novo universo. Empresas como Magazine Luiza, Natura, Dailus, Amaro e Casas Bahia já têm influenciadores virtuais bem ativos que geraram um vínculo emocional e identificação com os seus clientes. Essas marcas já podem arriscar algumas estratégias de comunicação dentro do universo digital, principalmente, nos dos games.

Os influenciadores digitais não são apenas para empresas. Eles também poder exercer um papel importantíssimo no personal branding de uma influenciadora digital e celebridades. A Sabrina Sato, por exemplo, lançou a sua própria influenciadora virtual chamada SATIKO que permite que a mesma tenha mais ações e oportunidades de trabalho e de deixar a presença da sua marca “Sabrina Sato” onipresente em vários aspectos e dimensões.

 

2) Construir o seu próprio metaverso

Outra opção de estar presente no metaverso é criando o seu próprio metaverso. Essa estratégia é um pouco mais demorada e requer bastante investimento. Além disso, é necessário uma tecnologia que nem todo mundo tem acesso, e por isso, é mais fácil fazer uma parceria da sua marca com uma das grandes empresas de tecnologia como a Nike fez, por exemplo.

A Nike criou a Nikeland sua plataforma de interatividade dentro do universo do jogo Roblox. Segundo a Nike, o objetivo dessa estratégia é de transformar o esporte e a diversão em um estilo de vida onde os seus consumidores poderão conectar, criar e compartilhar suas experiências.

A colaboração da marca esportiva com a marca de tecnologia permitiu a criação de um metaverso personalizado e interessante para os fãs da marca. A parceria também traz mais visibilidade para a Roblox que é uma das empresas que está na corrida para desenvolver o metaverso. Essa collab também tem a intenção de atrair a atenção de outras marcas para futuras parcerias para desenvolvimento de metaversos personalizados e a venda da sua tecnologia como a melhor técnica e software para se tornar acessível e mais usada entre as “pessoas normais” da sociedade.

 

3) Vender NFTs

Por último, mas não menos importante, a outra opção de estar presente no metaverso é comercializando NFTs como já abordamos no início do texto. Os NFts serão a principal forma de transação comercial entre os metaversos. As marcas conseguirão faturar milhões de dólares com a venda dos tokens não fungíveis e peças virtuais para os consumidores customizarem os seus avatares com as marcas que eles também usam no mundo off-line.

Ter um produto ou serviço disponível para os avatares terá um grande valor sentimental para o usuário visto que como aquela peça só existe no virtual, o seu dinheiro só será investido em marcas que ele realmente se identifica e é apaixonado. Dessa forma, será no metaverso que iremos ver como anda o posicionamento das empresas na mente dos consumidores e quais serão as marcas mais buscadas no novo universo.

Caso o desempenho da marca não seja positivo, servirá como um apontador de melhoria da estratégia e gestão da marca no mundo digital para que a mesma consiga melhorar a sua reputação e imagem para o público-alvo. A melhoria também deverá ser feita no mundo off-line para estar alinhado com as expectativas dos clientes nos dois universos.

Para a maioria dos empresários, o metaverso será um complemento ao que já fazemos na Internet hoje. O metaverso não substituirá nenhuma plataforma de comunicação digital, ele vem para agregar novos valores e experiências no relacionamento entre marca-consumidor.

Dessa forma, é preciso ter em mente que o metaverso ainda está em fase inicial e que tudo o que se fala sobre ele são projeções. As especulações do “futuro da Internet” são baseadas nos planos das gigantes de tecnologia – as empresas que agora lideram e determinam o que é a Internet. Ainda assim, o futuro da web está em debate e muito incerto.

Não há garantias que o metaverso se concretizará. Vários aspectos da tecnologia vigente precisam mudar para que esse mundo se torne realidade, incluindo uma internet ultrarrápida e de baixa oscilação. A Internet 4G nos permite ficar conectados de qualquer lugar, mas não é capaz de lidar com o fluxo de dados de inúmeras plataformas de realidade aumentada e realidade virtual sendo acessadas por bilhões de usuários, simultaneamente.

Além disso, outro desafio do metaverso é garantir que as empresas construam plataformas intercambiáveis e compatíveis para que seja necessário o usuário ter apenas 1 avatar para interagir em todo o universo virtual. Se as grandes companhias oferecerem restrições quanto aos itens e experiências dos usuários oriundos de concorrentes, o metaverso totalmente integrado nunca chegará a acontecer. Teremos, no máximo, vários metaversos independentes, mas não uma experiência virtual geral compartilhada por todos.

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